• 09 de julho de 2013

Ministério da Fazenda diz que deve reduzir a alíquota de importação de insumos, como aço, vidro e produtos químicos, para segurar a inflação

 

Às vésperas da reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), o Ministério da Fazenda fez mais uma promessa para que o Banco Central não force tanto a mão no aumento da taxa básica de juros (Selic). Em meio à escalada dos preços do aço, do vidro, de produtos químicos e de painéis automotivos, causada pela valorização do dólar frente ao real, o governo indicou que pode reduzir a alíquota do Imposto de Importação (II) para evitar mais pressões inflacionárias.

 

A maioria desses insumos é usada para a fabricação de eletrodomésticos e de veículos. Com o câmbio desfavorável, as empresas aumentaram os preços para manter o faturamento. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, detalhou que, quando a alíquota do II foi elevada, em setembro do ano passado, o setor se comprometeu a não reajustar os produtos. Ele explicou que uma possível redução no imposto depende da flutuação do dólar e lembrou que, quando a correção foi autorizada pelo Executivo, a divisa valia aproximadamente R$ 2,00.

 

“Nós não sabemos em que patamar o dólar vai se fixar, mas ele está flutuando. De imediato, nada será feito. A redução do imposto está sendo discutida com o setor, de modo que não ocorram perdas e as empresas possam continuar na trajetória de recuperação”, explicou o ministro. Para Mantega, o acompanhamento cambial em parceria com os empresários é essencial, uma vez que a disparada no preço dos insumos poderá aumentar ainda mais o custo de vida.

Teto da meta

 

Atento ao resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 0,26% em junho, Mantega ressaltou que alguns itens da base de cálculo da inflação — como habitação e serviços — registraram queda e que a alimentação ficou perto de zero. O ministro comentou que isso ocorreu, porque a nova safra aumentou a oferta de produtos nos mercados. “Esse é um bom sinal, e nós esperamos que continue assim pelos próximos meses”, disse.

 

Apesar do bom resultado em junho, a inflação em 12 meses estourou o teto da meta pela segunda vez no ano e chegou a 6,7%. Para Mantega, contudo, a carestia voltará, até o fim do ano, à taxa perseguida pelo governo como meta, de 4,5%. “Infelizmente, (em 12 meses, o IPCA) ultrapassa o teto do que se espera, mas o importante é que ele vem diminuindo. No segundo semestre, voltará para abaixo do limite superior da meta”, projetou.

 

Para conseguir esse objetivo, o governo deve anunciar na próxima semana mais um contingenciamento de gastos públicos, sobretudo o de custeios. O Executivo busca uma meta de superavit primário de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). A data para o anúncio do arrocho fiscal ainda não foi definido, mas Mantega explicou que o valor ficará abaixou de R$ 15 bilhões.

 

IR: mais um lote liberado

 

A partir das 9h da próxima segunda-feira, a Receita Federal liberará a consulta do segundo lote de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física. Em 15 de julho de 2013, serão creditadas, simultaneamente, as restituições referentes ao segundo lote do exercício de 2013 (ano calendário 2012) e a lotes residuais de 2012 (ano calendário 2011), 2011 (ano calendário 2010), 2010 (ano calendário de 2009), 2009 (ano calendário de 2008) e 2008 (ano calendário de 2007). Um total de 1.113.668 de pessoas receberão R$ 1,4 bilhão. Para checar se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar a página do Leão na internet (www.receita.fazenda.gov.br) ou ligar para o Receitafone, no número 146. O dinheiro ficará disponível no banco durante um ano. Se o resgate não for feito nesse prazo, deverá ser requesitado pela internet, por meio do Formulário Eletrônico ou diretamente no e-CAC, no serviço Declaração IRPF.

 

 

Fonte: Correio Braziliense / Antônio Temóteo